Doença Arterial Coronariana (DAC)

A Doença Arterial Coronariana (DAC) é comum entre os pacientes com DRC, porém grande parte dos trials sobre DAC excluem tais pacientes devido ao elevado risco de sangramento e progressão para diálise após Cineangiocoronariografia (CATE). O risco de diálise pós CATE é atribuído ao ateroembolismo e uso de contraste iodado. Atualmente as únicas estratégias para reduzir a lesão renal são: expansão volêmica e minimizar o volume de contraste utilizado.
Hemodinamicistas têm optado por realizar Angioplastia utilizando a artéria radial como via de acesso. A técnica se associa com menor risco de sangramento, podendo ser uma alternativa interessante para reduzir tal complicação, que é ainda mais elevada em pacientes com DRC.

— Estudo publicado em 2017 na AHA, analisou de forma retrospectiva dados do Veterans Affairs Clinical Assesment Reportig and Traccking (CART) Program, buscando comparar se existia diferença em Taxa de Transfusão Sanguínea (em 48h) e Progressão para Diálise (em 01 ano) em pacientes com DRC submetidos a CATE via artéria radial ou via artéria femoral.
Entre 2007-2014, 229.108 pacientes foram analisados, realizado análises uni e multivariadas e ajustadas para diversas comorbidades.

— Dos resultados:
1. Uso do acesso radial se associou com menor taxa de transfusão sanguínea nas 48h pós procedimento, sendo mais intensa e conseguindo significância estatística no grupo de DRC estagio 4;
2. O risco de evolução para DRC terminal em 01 ano pós CATE foi menor entre os pacientes submetidos ao procedimento via radial;
3. O grupo de acesso radial foi submetido a menor volume de contraste: 85 mL x 100 mL;

— Este estudo mostrou que a realização de CATE utilizando via radial parece se associar com menores taxas de transfusões sanguíneas e menor progressão para diálise, porém como não cansamos de ler, estudos randomizados para esta população ainda são necessários.
O interessante do trabalho é a grande população com DRC analisada, mostrando associação discreta, mas com relevância estatística, na redução de transfusões sanguíneas (evitando sensibilização em potenciais receptores de Transplante Renal) e evolução para diálise.
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por Valkercyo Feitosa

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